XX - XY

quarta-feira, maio 18, 2005

So many choices


So many choices

Que é como quem diz "Tanta merda a acontecer ao mesmo tempo e eu aqui sem poder fazer nada."

-Se calhar posso fazer alguma coisa, mas não sei se me dê ao trabalho. É que por mais que me esforce acabo sempre por fazer asneira e sinceramente, começo a interpretar isto como sinais divinos de incompetência social. Uma espécie de mensagem que deveria ter sido recebida há muito tempo, mas que estranhamente voltava sempre com um selo de “Destinatário desconhecido.”

Era uma algaraviada emocial o que me impedia de ver os mais simples sinais, mas eles estavam sempre lá.

Uma total inadaptação aos métodos e regras sociais básicas fazia de mim um marginal, um renegado social, quase socialmente aceite, mas um marginal.

E apesar de tudo isto conseguia manter, mais ou menos erguida, qual arquitectura Dalí, uma existência difusa e real que quando subtraída de sentimentos ficava mais vazia que uma lata de leite condensado ao Domingo à noite. A colher essa nem vê-la.

Como que a julgar entender os sentimentos e as relações que deles dependiam, acordava e continuava esse comportamento sibilante e abstracto, dia após dia, asneira após asneira completamente alheio a toda a destruição que ficava para trás. Qual “Enola Gay” ia despejando bombas atómicas com a ilusão de que a destruição era benéfica e tudo se ressuscitaria, renovaria e cresceria mais forte.

Toda a gente sabe que muito pouca coisa sobrevive a um holocausto nuclear. E as baratas e rodas de skate de pouco me servem.

Como resolvi esta situação?

Revi tudo. Lembrei-me que já em criança me sentia assim. E como é que lidava com isto? Muito mais inteligentemente que agora. Usava a situação, aprendia com ela e não permitia que voltasse a acontecer.

Então porque não conseguia emular esse comportamento agora?

Simples. Porque agora acho que não sou eu que devo mudar. E estou demasiado errado para sequer percebê-lo.

posted by Mike at 5/18/2005 05:56:00 da tarde 1 comments