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terça-feira, março 30, 2004

MigraAspirina

Em primeiro lugar ficam expressos aqui e agora os meus sinceros pedidos de desculpa pela falta de "posts".
Mas a verdade é que é uma mer"# ser eu. Ele é trabalho, ele é viagens, ele é noites perdidas (a trabalhar), enfim, nada que desculpe verdadeiramente a falta de atenção para com os meus dois leitores diários, mas honestamente, é-me fisicamente impossível "postar" com mais frequência.

Assim sendo e porque a reunião das 18h, sim das seis!!! da tarde foi adiada para as 19h, decidi dirigir-me a vocês os dois e agradecer as vossas visitas.

Já agora, uma reunião marcada para as seis da tarde e à qual todos nos referimos durante o dia de hoje como sendo efectivamente a "Reunião das seis", sendo alterada para as sete, continua a ser a "Reunião das seis"? É só porque era um tempo precioso o que perdera a referir-me a esse acontecimento como a "Reunião das seis"

Obrigado...
posted by Mike at 3/30/2004 06:18:00 da tarde 0 comments

quinta-feira, março 18, 2004

Uma pergunta e deixo-te ir...

Não te perguntas se talvez as coisas tivessem sido ligeiramente diferentes podias ser outra pessoa?
(...)
Lembro-me de pensar que viveria para todo o sempre e nunca mais te veria.
(...)
Se talvez tivesses virado outra esquina serias completamente diferente.
(...)
Gostarias de dançar o mundo comigo?
(...)
Por um momento pensa, imagina como serias se uma pequena escolha tivesse sido diferente?
(...)
Um beijo e deixo-te ir...
(...)
Se um dia tivesses saído mais tarde de casa?
(...)
Eu estou a cair e não me podes ajudar.
(...)
Se um dia tivesses saído mais tarde de casa eras como és? Serias uma jardineira? Serias tu?
(...)
Eu acredito, para sempre...
(...)
As vezes o tão pouco que fazemos, um pormenor apenas molda toda a nossa vida e transforma-a irremediavelmente não concordas?
(...)
Olá meu amigo, esses teus olhos não me enganam.
(...)
Não consigo deixar de pensar nisto. Podia ter mudado tanta coisa...
(...)
O teu toque é difícil de recordar.
(...)
Ainda vou a tempo.
(...)
Vem, vamos olhar a lua.
(...)
Mas e o que perdi? Ainda vou a tempo?
(...)
Os teus lábios cor de carne... Hmmm, esses lábios.
(...)
Lembro-me que as vezes andava e outras vezes fugia...
(...)
Tomas conta de mim? Ficas comigo esta noite?
(...)
Eu sei que estou assim. E nada consigo fazer para mudar isso.
(...)
Nesses olhos vejo um mundo grande e mau, mas são tão doces os teus olhos...
(...)
Não me ampares a queda.
(...)
É assim que me sinto. Não faz mal...
(...)
Foi tão bom...
(...)
Vou conseguir, vais ver...
(...)
Chega-te p'raqui.
(...)
...Algo dentro de mim
(...)
Abraça-me...
(...)
Consegui libertar-me?
(...)
(gargalhada), és mesmo maluca...
(...)
Desci por ali... Ou por ali?
(...)
Ele tinha pressa em ser feliz!
(...)
posted by Mike at 3/18/2004 09:42:00 da tarde 0 comments

segunda-feira, março 15, 2004

Cuscos

Porquê que num país como o nosso se perde tanto tempo, se gasta tanto dinheiro, se ocupam horas e horas de transmissões televisivas a discutir algo se só acontecerá daqui a dois anos?

É por estas e por outras que o mundo está errado. Nostradamus era português. Ou pelo menos Luso-descendente. E que dizer desse eterno incompreendido, o Mestre Zandinga.

Senhores, ocupem o nosso tempo com algo verdadeiramente útil e de interesse indiscutível.

O Presidente pode esperar...
posted by Mike at 3/15/2004 10:34:00 da manhã 0 comments

sexta-feira, março 12, 2004

Um dia na vida...

Existe uma razão proporcional da minha enxaqueca com o volume de trabalho que alegremente me presenteiam.

Num dia normal, como outro qualquer, acordo, tomo banho seguido do pequeno-almoço, e vou atrasado para o engarrafamento que me espera ansioso. Ao primeiro raio de sol, que obriga a uns óculos com protecção UV, não porque a luminiscência incomode, mas porque antes das onze corro o risco de me transformar em pó.
E logo ali entre a primeira e o ponto morto sinto o prenúncio do que vai ser o resto do meu dia. Ela chegara com a delicadeza de um elefante a correr e hospedara-se desconfortávelmente no meu cérebro.
Tentei ignorá-la até porque uma dor de cabeça não pode ter tamanha certeza logo de manhã. Estava tão enganado. Pensei, "Preciso mesmo é de um café..." e chegado ao escritório, apressei-me ao bar e pedi a tradicional bica. "Bem forte", retorqui eu com a certeza de um capitão nas trincheiras a ordenar o cessar fogo, seguro de que o inimigo estaria derrotado. Mas qual praga de térmites, imbatível no seu terreno, a dor de cabeça, atingia agora o grau 3 e serenamente tomava de assalto todas as minhas faculdades mentais.



Decidi então fazer algo que ultrapassava em muito as minhas tendências e dirigi à boca um comprimido de àcido acetilsalicílico. Por esta não estava a dor, agora de grau 4, à espera.

Seguro de que escassos minutos me separavam da normalidade, sentei-me à frente do computador e de sorriso estampado na cara, fui laborando.

Lembro-me de a dada altura, não me lembrar que a dor ainda ali estava, mas de vez em quando a "gaja", como carinhosamente lhe apelidei, fazia questão de chamar toda a minha atenção para o facto de ainda ali estar. E fazia-o extremamente bem. Tão bem que até ponderei devolver o meu corpo à cama e tentar adormecê-la. Decidi ripostar e não me dar por vencido, mas a verdade é que ainda enquanto escrevo estas linhas ela está aqui a meu lado, observando tudo o que faço, certificando-se que eu sei que ela ali está e que me domina a seu bel-prazer.

Mas é sexta-feira e contra isso uma enxaqueca de grau 6, que adormeceu parte do meu cérebro, é impotente.

posted by Mike at 3/12/2004 04:46:00 da tarde 0 comments

quarta-feira, março 10, 2004

Duas da manhã

Sorrateiramente abriu a porta. A luz que se esgueirava por entre a janela, ajudava-o a encontrar o caminho.
Fechou a porta atrás de si cuidadosamente e seguiu por entre o bengaleiro e a estante que suportava o telefone.
Ajeitou as flores já murchas, que pendiam na jarra e deu mais alguns passos, com a destreza felina que o escuro nos confere quando não queremos ser notados. Mais uns passos e deixou cair o sobretudo no chão, lentamente, seguiu-se um sapato e o cinto. Outro sapato e o casaco. As calças tapavam a meia. A t-shirt deixou-a ficar para tentar enganar o frio e a meia no pé esquerdo, esquecida, pendia lassa, arrastando-se pelo chão.

Era tarde.

A porta da casa de banho estava aberta. Deslizou por entre a porta e a ombreira e sem acender a luz, olhou-se no espelho.
O contorno do seu rosto não era vísivel, apenas uma mancha negra era devolvida. Ali ficou largos minutos a tentar decifrar a imagem, imaginando que era um monstro, uma aberração deforme. Tudo se juntou naquela imagem, físico e intelecto eram habilmente misturados sobremaneira, naquela mancha que mais não era o reflexo do seu ser.
Sentia-se assim e talvez pela crueza do espectro que via, ali ficou imóvel, descrotinando cada vez mais pormenores de si.

Abanou a cabeça como que a tentar livrar-se do efeito hipnótico que tal imagem possuía e saíu encostando a porta sem a fechar.

Olhou para o quarto e vacilou.

. . .

Respirou fundo e foi até à porta.
Conseguia ouvi-la. Lembrou-se das horas intermináveis que passou a vê-la dormir, aninhada nos seus braços. E pousou a mão na maçaneta fria.

Respirou fundo.

Gentilmente abriu a porta e ajoelhou-se ao lado da cama. Sentia o seu calor. Ela ali estava indefesa, angélica, enroscada nos lençois.

Pegou-lhe na mão e sem a acordar, juntou-lhe a cara. Sentiu uma lágrima escorrer-lhe pela face e despediu-se com um sorriso.

Em pé, debruçou-se sobre a cama e sussurrou:

-Adeus. Vou-me embora. Amanhã quando acordares tudo será diferente. Não te preocupes que fico bem.

E juntando a roupa à medida que seguia o trilho em direcção à saída, olhou para trás e tentou admoestar algo que o demovesse da ideia de partir.

E não se lembrou de nada...
posted by Mike at 3/10/2004 06:34:00 da tarde 0 comments

terça-feira, março 09, 2004

Feliz dia

Um dia celebramos a Mulher.
E hoje também.

Hey you, out there in the cold
Getting lonely, getting old
Can you feel me?
Hey you, standing in the aisles
With itchy feet and fading smiles
Can you feel me?
Hey you, don’t help them to bury the light
Don’t give in without a fight.

Hey you, out there on your own
Sitting naked by the phone
Would you touch me?
Hey you, with you ear against the wall
Waiting for someone to call out
Would you touch me?
Hey you, would you help me to carry the stone?
Open your heart, I’m coming home.

But it was only fantasy.
The wall was too high,
As you can see.
No matter how he tried,
He could not break free.
And the worms ate into his brain.

Hey you, standing in the road
Always doing what you’re told,
Can you help me?
Hey you, out there beyond the wall,
Breaking bottles in the hall,
Can you help me?
Hey you, don’t tell me there’s no hope at all
Together we stand, divided we fall.

[click of tv being turned on]
"well, only got an hour of daylight left. better get started"
"isnt it unsafe to travel at night? "
"it’ll be a lot less safe to stay here. you’re father’s gunna pick up our trail before long"
"can loca ride? "
"yeah, I can ride... magaret, time to go! maigret, thank you for everything"
"goodbye chenga"
"goodbye miss ..."
"i’ll be back"

Pink Floyd
posted by Mike at 3/09/2004 10:19:00 da manhã 0 comments

domingo, março 07, 2004

Plágio

Uma vez li isto: "...Não sabiam que a mórbida normalidade não alcançava a essência do sentimento."

E fiquei ali parado a contemplar primeiro a frase, depois as palavras e as letras singularmente. E percebi que existem coisas bonitas pela sua dor.

posted by Mike at 3/07/2004 11:36:00 da tarde 0 comments

terça-feira, março 02, 2004

Uma mesa, dois olhares.

E simplesmente sentido-se um menino, ele olha em redor tentando fixar algo que não os olhos dela, calcorreando todo o horizonte, numa vã e fútil tentiva de se recordar como eram aqueles olhos que outrora conheceu tão bem.
E as palavras como que por magia foram tomando forma, pintando um quadro que conhecia tão bem, mas que nunca se tinha atrevido a ver. E ela mostrou-o implacavelmente como que a tentar suavizar as cores. E a Lua essa antecedendo o dia mostrava-se novamente em todo o seu esplendor. Seria derrotada pelo poderoso Sol, mas voltaria a tomar o seu lugar. E as horas que sucedem a noite são os dias intermináveis de sufuco e a Lua, essa és tu que teimas em outra e outra vez acordar e calcorrear esse Universo com a força que te é inata e que Sol algum apagará.

Obrigado por me mostrares que existe o outro lado do Sol.


Para F.
posted by Mike at 3/02/2004 02:00:00 da tarde 0 comments